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Não há como ficar imune à ansiedade na pandemia: um mal que acomete todas as idades e classes sociais
Paula Di Leone - Jornalista | Angela Cauduro de Castro - Psicóloga Técnica Responsável pela Clinicar.

Mesmo entre as pessoas mais equilibradas e livres de qualquer transtorno, sentir ansiedade é normal. Em momentos que antecipam desafios ou em uma situação de medo ou expectativa, o sentimento de “frio na barriga” se manifesta naturalmente. E até certo ponto, ele é benéfico, já que funciona como um sinal para o cérebro preparar-se para o desconhecido e utilizar estratégias de adaptação, se necessário.

Por outro lado, quando o nível de ansiedade se torna desproporcional aos fatos, provocando preocupação excessiva e constante, ou se expressa por meio de ataques de pânico, é importante considerar a necessidade de ajuda profissional. Nestas situações, há grande desgaste físico e mental com a presença de sintomas somáticos (falta de ar, aumento da frequência cardíaca, tensão muscular), bem como insônia, dificuldade de concentração, fadiga e estresse. Tais sintomas têm aparecido com mais intensidade entre as pessoas, desde que a pandemia de Covid-19 começou, gerando preocupação da comunidade. Por isso, cada vez se torna mais importante estar atento a essas manifestações físicas de um possível desequilíbrio emocional e buscar apoio especializado. 

Uma legião de ansiosos

Se a vida contemporânea por si só já oferece uma rede de oportunidades para desenvolver ansiedade, com rotinas frenéticas repletas de estímulos e uma demanda interminável por produtividade, a partir da pandemia de Covid-19 a situação ficou um pouco mais delicada. O estudo desenvolvido pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e publicado pela The Lancet revelou que os casos de ansiedade mais do que dobraram desde o início do isolamento social.

A Organização Mundial da Saúde espera que apenas 7,9% das pessoas sofram com ansiedade, mas a realidade apontada pelo estudo “ConVid – Pesquisa de Comportamentos”, desenvolvido em conjunto pela Fiocruz, UFMG e Unicamp em 2020, demonstrou que mais de 50% dos adultos brasileiros sofrem com a frequente sensação de ansiedade e nervosismo. Entre os jovens de 18 a 29 anos, essa taxa sobe para 70%.

Já uma pesquisa realizada na China no início do mesmo ano, em pleno auge da epidemia por lá, indicou a presença de sintomas de ansiedade em 28,8% dos 1.210 entrevistados. Um outro levantamento chinês, desta vez envolvendo 7.236 participantes, encontrou a prevalência de ansiedade em 35,1% das pessoas.

Em todos esses casos, chama a atenção que mulheres e jovens estejam entre os mais ansiosos.

No país  Basco, a situação também não é tão diferente. Uma pesquisa feita com 976 pessoas apontou que 25,9% das mulheres sofriam com ansiedade em comparação com 13% dos homens.

Os motivos são fáceis de identificar: medo do desconhecido, apreensão diante de um vírus que pode tirar a vida de pessoas queridas, o receio de ter a renda econômica prejudicada (e até zerada) devido à instabilidade econômica, a aflição por precisar se isolar de tudo e todos em prol de reduzir o contágio, entre tantos outros.

Mas o que fazer para diminuir a ansiedade?

Existem diversas estratégias populares para enfrentar o mal-estar provocado por uma mente ansiosa, e que apresentam resultados positivos em casos leves. Buscar o equilíbrio emocional com atividades físicas, exercícios mentais e práticas que provoquem sensação de funcionalidade na rotina de isolamento ajuda a amenizar os males trazidos pela pandemia. Conheça algumas dessas técnicas, recomendadas por especialistas:

– Distração: tirar o foco do assunto que está gerando preocupação, seja o medo pelo contágio da Covid-19, seja a incerteza com relação ao emprego, entre outros. Distrair-se com alguma atividade lúdica, com produtos de entretenimento como séries, filmes, livros, ou mesmo com atividades domésticas simples ajuda a esquecer, pelo menos por um tempo, daquela fonte de estresse original.

– Enfrentamento com soluções: listar todas as preocupações que lhe afligem e racionalmente imaginar formas práticas para solucioná-las. Isso provoca uma sensação de empoderamento diante dessas questões e ajuda a reduzir o pânico em cima delas, na medida em que se percebe que não são tão difíceis assim de resolver.

– Relaxamento: buscar diminuir a velocidade dos pensamentos e esvaziar a mente para encontrar alívio mental. A meditação é a principal aliada nesse caso, que comprovadamente ajuda a enfrentar dilemas emocionais a curto, médio e longo prazo. Para isso, existem diversos aplicativos, sites e vídeos que conduzem uma meditação guiada, ideal para quem nunca praticou.

– Senso de propósito: firmar metas individuais que conduzam as ações diárias rumo ao equilíbrio emocional. Elas podem se apegar a diferentes razões existenciais, como a religião, a família, ou simplesmente o desejo pela autopreservação. Ao determinar que precisa pensar mais positivo para conseguir dar conta do estresse vivido, por exemplo, você entende isso como um compromisso e “se obriga” a enfrentá-lo com mais clareza.

– Desapego: diante de situações sobre as quais você não tem controle, ou que simplesmente não está ao seu alcance solucioná-las, desapegar é uma forma de tirar o peso das costas. Ao cortar esses laços de responsabilidade com certas questões, fica mais fácil relativizar sua importância e conviver com elas.

Ajuda profissional

Para além de recursos simples e relativamente acessíveis de incluir no dia a dia, há casos em que eles não são suficientes, e uma ajuda especializada se torna necessária para o enfrentamento do transtorno de ansiedade. Nesse momento, o primeiro passo é perceber e reconhecer a necessidade de buscar tratamento psicoterapêutico, livrando-se de estigmas negativos e receios que eventualmente permeiam o imaginário das pessoas e as afastam da cura e do bem-estar.

Afinal, a psicoterapia existe para ajudar as pessoas a viverem melhor. Ela é um tratamento que busca aliviar o sofrimento emocional e curar transtornos mentais, possibilitando o autoconhecimento. Há diversas vertentes de psicoterapia, como a terapia de orientação analítica, a cognitivo-comportamental e a sistêmica, e cada uma dessas abordagens está relacionada à linha teórica com a qual o psicólogo mais se identifica. Para se aperfeiçoar na linha escolhida, estes profissionais estão sempre em busca da qualificação e do aprimoramento por meio de cursos de especialização.

A Clinicar Psicologia conta com profissionais altamente capacitados e prontos para ajudar! Certamente você encontrará por aqui o psicólogo ou psicóloga que mais tenha a ver com você.

 

Referências:

ESTADO, Agência. Pandemia de covid-19 faz dobrar casos de ansiedade, diz pesquisa. R7. Disponível em: https://noticias.r7.com/saude/pandemia-de-covid-19-faz-dobrar-casos-de-ansiedade-diz-pesquisa-09052020

BIERNATH, André. A epidemia oculta: saúde mental na era da Covid-19. Veja Saúde. Disponível em: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/a-epidemia-oculta-saude-mental-na-era-da-covid-19/

HANNS, Luiz. 5 Recursos para lidar com o estresse da quarentena. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2lccm5Cg9xQ

BRUNA, Maria Helena Varella. Ansiedade (transtorno de ansiedade generalizada). Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/ansiedade-transtorno-de-ansiedade-generalizada/

Barros, Marilisa Berti de Azevedo et al. Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. v. 29, n. 4 [Acessado 10 Março 2021] , e2020427. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1679-49742020000400018>. ISSN 2237-9622. https://doi.org/10.1590/S1679-49742020000400018.

HAIDAR, Silvia. Pesquisa da Fiocruz mostra aumento de depressão, ansiedade e de consumo de cigarro e álcool na pandemia. Disponível em: https://actbr.org.br/post/pesquisa-da-fiocruz-mostra-aumento-de-depressao-ansiedade-e-de-consumo-de-cigarro-e-alcool-na-pandemia/18447/#:~:text=Aumento%20de%20sintomas%20depressivos%2C%20de,abril%20a%208%20de%20maio.

 

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