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E aí, vamos conversar um pouco sobre autoestima?
Paula Di Leone - Jornalista | Angela Cauduro de Castro - Psicóloga Técnica Responsável pela Clinicar.

Quando você se olha no espelho, o que vê? Que sentimentos a imagem ali refletida desperta em você? Essa simples reflexão pode ajudar a compreender o funcionamento da autoestima, aspecto tão central na vida das pessoas e por vezes tão renegado.

A autoestima é a capacidade de reconhecer o próprio valor, competência e adequação. Ela é formada por um conjunto de sentimentos e pensamentos sobre si mesmo, que resultam em um autoconceito e uma percepção sobre a própria imagem. Mas a construção desse conceito é mutável conforme as circunstâncias e sua base se forma ainda na infância: no momento em que somos reconhecidos pelos outros (por nossos pais, por exemplo), conseguimos reconhecer a nós mesmos e entender o espaço que ocupamos no mundo. A partir daí, nossa autoestima vai sendo construída, moldada e aperfeiçoada ao longo da vida.

Na visão da psicologia, a autoestima tem a ver com a avaliação subjetiva que cada pessoa faz sobre si, considerando suas características físicas, cognitivas, comportamentais e emocionais, mas é algo fortemente influenciado pelas nossas relações sociais. Por exemplo, se os pais elogiam seu filho o tempo todo quando ele ainda é criança, isso provavelmente vai levá-lo a interpretar que é aceito e muito querido neste ambiente, projetando esse sentimento em outras esferas de sua vida de forma a agir com segurança. Porém, se essa mesma pessoa, já adulta, sofrer uma rejeição, poderá ou não colocar essa confiança em dúvida e começar a se questionar sobre o próprio valor.

Com uma autoestima forte e consistente, um indivíduo tem mais capacidade de enfrentar desafios que colocam em xeque sua identidade, sua competência e seu senso de pertencimento. A autoconfiança permite agir com serenidade emocional em diferentes momentos e, assim, viver com mais bem-estar. Mas como atingir tal serenidade diante desses desafios? O primeiro passo está no autoconhecimento.

 

Se conhecer para se amar   

Em geral, a autoestima não é inerente ao ser humano, mas é algo que precisa ser construído dia após dia. E para conseguir tornar-se quem se é e ser fiel à própria essência, é preciso se comprometer a uma jornada de autoconhecimento. Quando você compreende melhor quais são suas necessidades, gostos, medos, sonhos, anseios, fica mais fácil cultivar o amor por si mesmo. Afinal, ao conhecer minuciosamente suas características, reconhecendo suas qualidades e aceitando melhor seus defeitos, você percebe que a integração de ambos é que compõe o seu jeito de ser. Assim fica mais leve conviver consigo mesmo e isso por si só já é uma transformação. Dessa forma, desenvolver o autoconhecimento possibilita entrar em contato com partes pouco ou nunca acessadas de nós mesmos e incorporá-las.

 

Filtro de opiniões    

Quando você tem um conhecimento mais profundo sobre o próprio ser, nem todas as opiniões a seu respeito são recebidas da mesma forma ou surtem o mesmo efeito. Por exemplo, um comentário ofensivo vindo de alguém que não lhe conhece pode não surtir impacto algum, já que você sabe que essa característica não é sua, portanto isso não lhe diz respeito. Por outro lado, receber críticas construtivas de alguém querido é um incentivo a evoluir sobre determinados aspectos pessoais, já que você considera a opinião dessa pessoa relevante. E ao mesmo tempo, perceber suas habilidades e talentos sendo reconhecidos por um determinado grupo de pessoas o leva a reforçá-los mentalmente, em um ciclo positivo de autoconfiança.

 

Autoestima x pandemia  

As formas de lidar com a autoestima sofreram algumas mudanças desde o começo da pandemia de Covid-19. Com o isolamento, muitas pessoas, principalmente mulheres, passaram a reconsiderar suas prioridades com relação à estética e aos objetos que geralmente são consumidos para “se sentir mais bonita”. Com o acúmulo de tarefas, a ausência de interações sociais face a face e até a pouca disposição emocional, muitas acabaram se afastando destes recursos que antes eram interpretados como fonte de elevação da autoestima, como se maquiar, fazer as unhas, vestir uma roupa elegante e calçar um salto. Em contrapartida, as prioridades voltaram-se ao autocuidado na sua forma mais interior, com a prática de atividades físicas, a boa alimentação, a manutenção da paz de espírito e da saúde mental.

 

Como cultivar a autoestima  

A jornada pela construção da autoestima não é linear nem premeditada, mas possui altos e baixos e, portanto, pede dedicação. Por isso, cultivar alguns pensamentos e práticas no dia a dia pode ajudar a harmonizar esse processo de auto aceitação e amor-próprio.

 

– Conheça a si mesmo: explore suas qualidades para ser capaz de valorizá-las e desenvolvê-las, e reconheça suas dificuldades para poder melhorá-las.

– Fortaleça a rede interpessoal: fazer amigos, se relacionar e se divertir é fonte de sentimentos bons, de pertencimento e de bem-querer, Mesmo em tempos de pandemia, é possível cultivar e manter as amizades, promovendo encontros virtuais com os amigos.

– Faça algo no qual você é bom: dedique-se às suas aptidões, observe sua capacidade sobre essa tarefa e desenvolva confiança sobre os próprios talentos.

– Não se compare: não é justo comparar processos diferentes, pois ninguém é igual, melhor ou pior do que o outro. Entenda as diferenças entre as pessoas para aceitar sua evolução com mais gentileza e sabedoria.

– Escute sua intuição: confie nos seus sentimentos, acredite que tem condições de tomar a decisão correta e potencialize a autoconfiança.

– Ame-se: lembre-se do seu valor, sua importância no mundo. Aceite, cuide e ame o seu corpo tendo a noção de que é, sim, especial.

 

Mas lembre-se: a linha que separa a autoconfiança da arrogância e do narcisismo é tênue. Ninguém é perfeito e estamos em constante evolução. Por isso, busque manter o equilíbrio, procurando confiar no seu potencial, mas sem colocar-se acima dos demais.

Para além dessas dicas acima, há casos em que construir autoestima é um caminho com muitos obstáculos, sendo difícil ultrapassá-los sem ajuda de um psicólogo ou psicoterapeuta. Se você se identifica com isso e quer sentir-se melhor consigo mesmo, os psicoterapeutas credenciados na Clinicar podem te auxiliar. Vamos juntos nessa jornada de autoestima?  

 

Referências:

HANNS, Luiz. Autoimagem e autoestima. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jf4NpNb1LYs

THOMAS, Jennifer. As mulheres reinventam um novo modo de autoestima em tempos de isolamento. Veja Abril. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/impacto/as-mulheres-reinventam-um-novo-modo-de-autoestima-em-tempos-de-isolamento/

CALLIGARIS, Contardo. O genoma e a auto-estima da espécie. Folha Ilustrada. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2202200122.htm

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