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Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): um problema real
Paula Di Leone - Jornalista | Angela Cauduro de Castro - Psicóloga Técnica Responsável pela Clinicar.

Desatenção, agitação, esquecimento, distração, inquietude, impulsividade. Caso essas sensações sejam extremamente frequentes na sua rotina, provocando impacto na sua forma de se relacionar com os demais, fique atento, pois pode se tratar de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Caso isso se aplique a seu filho ou filha, não se preocupe, pois é algo comum e que pode ser tratado.

O TDAH é um distúrbio neurobiológico crônico reconhecido pela OMS e pela comunidade científica mundial, que se manifesta ainda na infância, mas pode perdurar por toda a vida caso não seja tratado. Ele é o transtorno mais comum entre crianças e adolescentes no mundo todo, afetando de 3 a 5% dessa população e sendo ainda mais comum entre os meninos. Na prática, provoca dificuldades na fase escolar, prejudicando o desenvolvimento intelectual e o relacionamento com amigos, professores e familiares.

Mas o problema não é uma exclusividade dos pequenos, já que a falta de tratamento na infância costuma levar a quadros de pessoas adultas com o transtorno ativo e descontrolado. Apesar de o TDAH ter sido descrito pela primeira vez há mais de um século, ganhou atenção da comunidade científica por volta dos anos 1960, até se tornar consenso internacional. Porém, ainda é visto por muitos como mera falta de educação ou como um traço de personalidade, o que afasta muitas pessoas do cerne do problema e da sua real solução.

 

Como funciona o TDAH?

Acredita-se que o TDAH se desenvolve por meio de uma combinação de fatores, como os biológicos, hereditários e ambientais. No cérebro, se forma a partir de uma alteração na região frontal orbital e nas suas conexões com as demais partes desse órgão. É essa região cerebral que regula diversos aspectos comportamentais, como a capacidade de prestar atenção, o autocontrole, a inibição, a organização e a memória. Quando os neurotransmissores ali presentes (principalmente dopamina e noradrenalina) não conseguem passar as informações aos neurônios plenamente, o resultado é um indivíduo com tendência ao descontrole, agitação e desatenção extremas.

 

Como reconhecer?

Sabe aquela criança que parece estar sempre no mundo da lua ou prestes a destruir o ambiente ao seu redor? Por maior que seja o esforço dos pais, ela parece imparável: eis um exemplo clássico de TDAH na infância.

Mas nem sempre o transtorno se manifesta da mesma maneira, podendo apresentar diferentes graus de intensidade e comprometimento. Por vezes, afeta a criança de um jeito mais sutil, como com dificuldades para se concentrar ou realizar tarefas escolares. Ou ainda, podem predominar o esquecimento, a facilidade de se distrair e de cometer erros por puro descuido, a dificuldade de prestar atenção em detalhes ou de concluir uma atividade. Nos casos em que a hiperatividade e a impulsividade são os sintomas predominantes, a criança (ou o adulto) fala muito, não consegue ficar parada, é impaciente, age sem pensar, não consegue ouvir até o fim, se precipita e fala na frente.

Em todos os níveis, a presença do TDAH pode ser danosa à saúde mental de uma criança, prejudicando o convívio social e familiar, a autoestima e o desempenho escolar. O importante é estar atento à presença dos sintomas até os sete anos de idade, em diferentes ambientes (como na escola, em casa, em espaços de lazer) e apresentando prejuízos funcionais. Em todos esses casos, é recomendado procurar ajuda de um psicoterapeuta que possa fazer um diagnóstico adequado.

Quando se trata de adolescentes, a falta de limites e a dificuldade de respeito às regras se somam a esses sintomas. Na fase adulta, o problema persiste em outra roupagem: cerca de 75% dos indivíduos adultos com TDAH estão mais propensos a desenvolver outros transtornos associados, como ansiedade, depressão, distúrbios alimentares ou de sono, alcoolismo e uso de drogas. Além disso, são muito impulsivos e apresentam dificuldades de autocrítica, podendo ter comportamentos egoístas e se tornarem incapazes de perceber como isso afeta as pessoas à sua volta.

 

Como tratar?

Em primeiro lugar, é importante entender que a hiperatividade, a falta de atenção e a dificuldade de organização dos portadores de TDAH não são preguiça ou má vontade. Para essas pessoas, independente da sua idade, algumas atividades simples podem ser verdadeiros desafios, por isso cabe aos pais, amigos e responsáveis terem empatia e buscarem mecanismos que ajudem a compensar essas dificuldades. Construir uma rotina com agenda, lista de tarefas e compromissos, lembretes, quadros de avisos etc., são algumas estratégias para driblar o transtorno no dia a dia, mas que exigem muita disciplina e esforço.

Além disso, a psicoterapia é o principal instrumento para o tratamento de TDAH, pois baseia-se no autoconhecimento e possibilita encontrar estratégias de adaptação à rotina, que, muitas vezes, é prejudicada e pode gerar sentimentos como frustração, incapacidade e inadequação.

A terapia cognitivo-comportamental tem se mostrado uma das vertentes mais eficientes nesses casos, já que trabalha os processos mentais baseada no momento presente, propondo métodos práticos para aprimorar as relações e superar as dificuldades.

 

Vamos conversar sobre isso? Mande seus comentários, dúvidas e compartilhe!

 

 

 

Referências:  

BRUNA, Maria Helena Varella. TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/tdah-transtorno-do-deficit-de-atencao-com-hiperatividade/

ABDA. Associação Brasileira de Déficit de Atenção. O que é TDAH? Disponível em: https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/

ABDA. Associação Brasileira de Déficit de Atenção. TDAH no adulto – o que dizem os estudos recentes. Disponível em:

https://tdah.org.br/tdah-no-adulto-estudos-recentes/#:~:text=Nesta%20popula%C3%A7%C3%A3o%2C%20a%20taxa%20de,com%20quadro%20completo%20de%20sintomas.

Instituto de Psiquiatria Paulista. TDAH: o transtorno que atinge crianças e adultos. Disponível em: https://psiquiatriapaulista.com.br/tdah-sintomas-adultos-criancas/

 

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