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Autoaceitação: o caminho para a paz de espírito.
Paula Di Leone - Jornalista | Angela Cauduro de Castro - Psicóloga Técnica Responsável pela Clinicar.

O que seria de nós sem nossas imperfeições? Sem os atributos que nos fazem frágeis, erráticos, falíveis? A beleza de ser humano está justamente nisso: em ser repleto de características diversas e plurais.

Tanto as nossas qualidades quanto os defeitos são fruto da nossa personalidade, das experiências vividas e de toda a bagagem que nos caracteriza. Tudo isso forma nosso jeito de ser. Afinal, a perfeição não existe!Compreender essa realidade é o primeiro passo para começar a cultivar o autoconhecimento, a autoaceitação e a autoestima.

 

Se conhecer para se aceitar

Um dos objetivos da jornada  pelo autoconhecimento é se reconhecer, se conectar consigo mesmo e entender que todas as características que te agradam ou não , são parte de você e  refletem suas experiências de vida que tornaram quem você é hoje.  A partir daí, fica mais fácil olhar para si com mais carinho e gentileza, e efetivamente começar a compreender melhor seus pensamentos, sentimentos e atitudes. É normal que nossa jeito  de ser no mundo seja formado  com base em diversas crenças e padrões pré-estabelecidos no espectro social que começou a ser internalizado  lá no início das nossas vidas. E é claro que, se esses padrões mais prejudicam do que contribuem para o bem-estar, precisam ser analisados.

 

Não fuja de si mesmo

Ao buscar construir um olhar sob perspectiva, fica menos doloroso entrar em contato com aspectos pouco aceitos em si mesmo. Ninguém precisa ter ojeriza e nem receio de algumas características de personalidade pouco apreciadas. Ao invés disso, saber conviver com elas é fundamental e, se forem prejudiciais,  somente a partir da aceitação das mesmas é que é possível conseguir efetivamente melhorá-las um dia após o outro.

Ignorá- las ou escondê-las não vai ajudar em nada. O importante é encará-las, entender suas razões e origens para, enfim, começar a desconstruí- las. Quando você se aceita, viver em sua companhia deixa de ser um desafio e se transforma em algo mais leve e prazeroso. Afinal, você sabe exatamente a qual “ armadilha” alguns traços de personalidade podem levar. Por outro lado, tendo consciência disso também consegue viver em mais harmonia com a realidade.

 

Sem conformismo

Mas cuidado: se aceitar não tem nada a ver com se conformar e não fazer nada para evoluir, pois como já foi dito, ninguém é perfeito. E também não quer dizer que você precisa amar- se o tempo todo e de forma integral! Afinal, a intenção do processo de autoaceitação não é criar uma nova obrigação, mas libertar você de ideias pré-concebidas que prejudiquem a autoconfiança.

Ao reconhecer suas fragilidades, o processo de autoaceitação permite olhar para elas sem raiva, medo ou indignação, mas com carinho e gentileza,  facilitando sua real transformação.

 

Um caminho neutro

Desenvolver a autoaceitação não quer dizer necessariamente dar um salto imediato rumo ao amor próprio. Afinal, se por muito tempo você nutriu sentimentos bastante negativos sobre si mesmo, ao ponto de não se gostar ou até se odiar, a ideia de subitamente começar a se amar parece um pouco extraordinária, não é? Nesse caso, não é preciso forçar a barra: a simples neutralidade com relação a si é a base da aceitação. Um olhar neutro sobre as próprias fraquezas pode ser um caminho de gentileza importantíssimo, pois permite mudar o olhar sobre a própria identidade, afastando o sentimento de obrigação e cultivando a serenidade.

E é claro que esse processo não é instantâneo. Exige tempo, dedicação e disponibilidade para a busca de tratamento psicoterápico.O resultado? A paz de espírito de sentir-se grato, transparente e livre de idealizações, simplesmente um indivíduo capaz de viver com tranquilidade e sem se esconder.

 

Como começar a se aceitar?

Acredito que o ponto de partida seja o autoconhecimento. Permitir- se entrar em contato com sentimentos profundos e partes de si mesmo desconhecidas. Aceitar- se quem se é, com fragilidades e limites possibilita maior maleabilidade diante das situações. Ficar com expectativas mais realistas diante do mundo, dos outros e de si. Assim, é possível saber quando seguir ou recuar.

Comece por se cobrar menos, e entenda que as opiniões alheias são sim importantes, mas não podem condicionar a forma como você se vê no mundo. Faça uma autocrítica constante baseada no amor, no cuidado, e não na punição. Lembre-se que  estamos sempre em condições de errar e de que aprender  com esses erros é que nos faz evoluir.

Todo esse trabalho pode ser mais efetivo  se for feito ao lado de um psicólogo de confiança. Independente da modalidade terapêutica utilizada todas baseiam- se no autoconhecimento. A busca do  autoconhecimento pela fala na  terapia psicanalítica é denominada “ cura da dor pela fala” e convida você a se observar, se escutar, identificar traços da própria personalidade, entender de onde vêm as inseguranças, os medos, os sentimentos de desamparo e desamor que  travam a autoestima. Assim, desenvolver a capacidade de olhar para os próprios limites, perdoá-los e seguir em frente sem autopunição  é um caminho possível. Com gentileza, você pode percorrer a processo de autoconhecimento, a fim de se reconhecer, se afirmar, e por fim, se amar.

 

Referências:

NOVACHI, Dan. Autoaceitação pode virar autocobrança: entenda melhor como isso ocorre. Viva Bem. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/08/29/autoaceitacao-pode-virar-autocobranca-entenda-melhor-como-isso-ocorre.htm

SOUZA, César. Sigmund Freud – Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, Análise Fragmentária de uma Histeria “ O Caso Dora” e Outros Textos. 1° edição, Companhia das Letras, 2016.

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